12/02/2013

E continuam correndo...


Como correm as pessoas!
Como reduzem o tempo de tudo só para terem mais tempo para ocupar!
Fazem tudo correndo, não aproveitam mais os processos de suas ações e satisfazem-se pouco com a conclusão de seus “projetos”!
E porque correm tanto? Do que correm?
Correndo porque não suportam esperar! Correm do que as espera se não correrem!
Não vivem mais, apenas passam pela vida!

Bastou olhar um segundo para o lado da minha vida, e o cenário de pessoas se fez outro! Correram todos, angustiaram-se de me ver olhando para fora da corrida!
Estes novos que chegaram não são tão diferentes!
Não os vi chegando, mas se estabilizaram tão rapidamente que penso terem trabalhado dia e noite... correndo!
Seria este o sentido da vida? Correr!?
Seria este o motivo que não me permite encontrar a mim mesmo no viver?
Não!
Talvez eu demore um pouco mais no caminho, mas da minha janela do tempo posso ver o mundo girar suas paisagens singulares.
Mesmo que eu demore um pouco mais, sei que quando chegar, não terei apenas passado, terei visto passar!
Se soubessem o quanto perdem estes “atletas” a vida, descansariam suas pernas e viveriam um pouco mais!

24/01/2013

No passo da criação!


Continuando o meu exercício da leitura, maravilhei-me com a novidade que me foi apresentada!
Estou tendo pela primeira vez, a oportunidade de ver como nascem os livros. Um escritor que compartilha seus textos em uma comunidade virtual que faço parte, está postando textos que me parecem sim ser o desenvolver de um livro!
Isso me fascina!
Sempre que terminava de ler um livro, ficava pensando em que tipos de inspiração teve o autor para reproduzir a obra que tinha nas mãos!
Agora, com a oportunidade de acompanhar os passos dessa criação, sinto-me encantado ainda mais com essa arte que é o escrever!

Algo que sempre me fez gostar dos livros, é a capacidade que cada leitura têm de gerar novos cenários no nosso imaginar! Gosto de ficar com as cenas do que leio na minha mente e mesmo sabendo que elas são particulares e por isso diferentes das cenas que o autor imaginava, sinto como se pudesse literalmente viver a escrita!
Mas isso tem sido também uma “tortura” para mim!
Sempre que me sentia curioso em saber o que aconteceria no capitulo seguinte, estendia minha leitura para a próxima pagina. Cheguei a ler livros inteiros num mesmo dia simplesmente por não suportar a curiosidade que me invadia!
Agora, sou forçado a esperar a criação do autor!
Por um lado é fascinante ler os estágios da criação, por outro é “frustrante” ter de esperar que sejam criadas novas paginas!

O texto deste livro que estou acompanhando é formidável.
Trata-se de um padre assolado por duvidas e observado por alguém que não sei ainda quem é!
Eu sempre recriminei a religião, mas confesso que estou intrigado para saber o que acontecerá com este padre!

A religião para mim, sempre foi um dos maiores engodos da humanidade. Uma criação malvada para controlar aqueles que sofrem pelo desconhecido!
Sei que muitos dirão que estou errado, mas tudo que sei sobre religiões me enoja!
Não digo, portanto, que não acredito que exista uma força maior do que o homem, mas a ideia do “Deus” que as igrejas pregam, me parece uma invenção de muito mau gosto que funcionou muito bem!
Um dia no meu passado, estava lamentando sobre como a minha vida estava se direcionando para o caos. Uma senhora de nome Marta veio falar comigo após perceber minha angustia. Sei que ela trazia consigo a melhor das intenções, mas seu discurso de nada me confortou!
Ao ouvir o que eu tinha para dizer, ela me falou sobre o seu “Deus” e disse que ele tinha um plano para mim. Disse que Ele sabia o que estava fazendo comigo e com minha vida e que se eu me entregasse à Ele, tudo se resolveria.
Eu perguntei onde estava esse Deus que me deixava sofrer tanto, que me via privado de tanto e que não me permitia merecer nada. Em resposta ela me disse que Ele estava ali comigo, sofrendo, privando-se e também sem nada ganhar!
Talvez essa ideia consiga convencer ou amolecer alguns corações, mas eu sei que eu estava sozinho ali, sei que no meu sofrimento ninguém me fazia companhia, nem pessoas, nem deuses!

Lendo as linhas deste novo livro que acompanho, não penso apenas num cenário novo, penso também em como deve estar se sentindo aquele padre por ter feito o que eu não fiz, mas mesmo assim estar sofrendo como eu sofri!
Não sei quais são as inspirações do autor, mas sei que no mínimo ele já experimentou alguma experiência que não o convenceu, pois do contrario, não estaria ele escrevendo sobre as duvidas de um padre e pensar assim me cativa ainda mais!
Talvez o autor me convença do contrario fazendo o padre encontrar a paz em sua fé, mas até que o fim seja anunciado, continuo com o meu cenário imaginado e minhas originais opiniões!

Fato é que por ter lido aquelas linhas, inspirei-me para escrever estas e ainda tenho tanto para ler, dele e de outros autores que imagino que muito será escrito também por mim no futuro!

22/01/2013

A leitura de outros me permite à mim.


Eu sempre gostei mais de ler do que de escrever!
Acho fantástico a capacidade que alguns escritores têm de escreverem seus pensamentos e/ou sentimentos!
Quando leio uma poesia e sinto o sentimento que ela me passa, ou quando leio um conto e ouço uma voz me contando as linhas e o que elas contam, ou quando leio sobre uma opinião e esta me faz repensar nos meus próprios pontos de vista...
Toda e cada leitura é uma descoberta e uma redescoberta!

Passei grande parte da minha vida, lendo o que me traziam. Sabiam que se eu estivesse com um livro nas mãos, eu ficaria em silêncio e não questionaria nada! Era um modo bem eficaz de me controlar e confesso que isso me trouxe grandes benefícios!
Agora, depois de ter sido apresentado a este novo universo digital, troquei as paginas amareladas e emolduradas por capas duras e leio as paginas e mais paginas de textos publicados em blogs e sites pela internet!
Se antes eu achava formidável a variedade de pensamentos, hoje, sinto-me invadido por tanta novidade e tantas diferenças, que me fascino com o quanto podemos sermos diferentes e como somos capazes de ter diferentes perspectivas sobre um mesmo assunto!
Ao ler tantas coisas, senti o desejo de também escrever, mas confesso que me falta a habilidade que parece sobrar nos autores que leio! Não sei bem como expressar tudo que passa na minha mente, mas estou tentando!
Tenho cinco autores que me agradam profundamente, cada um com um tipo diferente de escrita, mas todos extremamente talentosos. Não os cito por não ter interagido com eles até agora, mas no futuro certamente os colocarei como referencias neste meu espaço!

Tenho viajado bastante nesses últimos tempos, conhecido lugares, pessoas... a leitura que tenho feito, tem me servido de companhia durante meus trajetos e já me sinto bem confortável em ler o que estes cinco publicam!
De um modo que eu não sei como definir, eles conseguem sem saber me extrair de toda a obscuridade da minha mente. Eu que tenho pensado em tantas coisas, me vejo tendo pensamentos sobre o que eles estão pensando e sobre o que me apresentarão numa próxima leitura!
O mais interessante porém, é que muitas vezes sinto como se eles fossem uma extensão do que sou. Escrevem coisas que são praticamente idênticas ao que penso e sinto, e eu acho isso incrível!
Dentre esses cinco autores, dois se destacam por uma “cumplicidade” que eu nem sei se compartilham! Às vezes leio algo nas paginas de um e depois encontro um “complemento” nas paginas de outro! Um deles me parece mais explosivo e cheio de opiniões pouco aceitas, escreve com tremenda naturalidade, mas parece se conter muitas vezes no que diz. Penso que este, pondera muito, mas ainda assim é capaz de transmitir tantas coisas que imagino ser uma pessoa extremamente vivida.
O outro, parece-me ser mais profundo, mais correto com o que sente e mesmo colocando tudo em infinitas subliminares, sabe que aqueles que merecerem encontraram a verdade por trás da poética magnífica que ele produz! Quando comecei a lê-lo, pensei que se tratava de alguém profundamente angustiado e cheio de frustrações, mas hoje eu imagino que nada disso é verdade, vejo na escrita dele, agora claramente, que se trata de uma mente bastante poderosa e cheia de experiências.
Juntando os dois, tenho algo magnífico bem diante dos meus olhos!

Estou tentando expressar-me. Estou trabalhando nessa ideia e tenho vontade de alcançar meus objetivos. Não posso e não vou dizer que um dia me tornarei tão hábil quanto os que tenho lido, mas se ao menos conseguir fazer que vejam o que eu vejo nas linhas que leio, saberei então que estou conseguindo me colocar em palavras!

17/01/2013

O sono é mágico...





Lá fora o vento sopra a poeira de pegadas rasas nos caminhos do dia
Aqui dentro, a chama dança seduzindo e consumindo a vela
A noite escura de lua nova transforma em sombra a árvore que vejo pela janela
Ouço as gostas que caem dentro de um filtro de barro sobre a mesa
Um morcego passa assoviando rapidamente pela varanda
E o calor não me deixa dormir!
Não estou mais acostumado com essas camas confortáveis
Já forrei uma parte do chão com um lençol mostarda
E o travesseiro me aguarda solitário no meu leito chão
Já não sei se a falta de sono ou o desejo de ficar acordado
Mas sentado nessa cadeira penso que posso descansar do dia que tive!
Um dia diferente, cheio de descobertas e redescobertas
Pontos de vista alterados, melhorados, reforçados
Confrontação de ideias e ideais, opiniões aos montes!
Mesmo tendo tanto na minha mente, é o meu corpo que está cansado
Meus pensamentos não me cansam, eles me libertam!
Vejo-me agora nesse cenário, escuro e delicado e penso
Penso no que pensei o dia todo, no que pensaram do meu pensar
E meu corpo se prostra exausto nessa cadeira redentora
Enquanto minha cama dura dorme sozinha esquecida de mim!
Sinto o sono chegando e me maravilho com o embaralhar de pensamentos
Mesmo essas linhas que escrevo agora são por si só um mix me escorrendo dos dedos
Gosto deste momento do sono
Nem sonho, nem real...
Sem coerência e ao mesmo tempo tão sincero!
Eis que o sono me escraviza
Hora de deitar-me
Boa noite...

14/01/2013

A vergonha do Homem!



Faces ruborizadas me receberam na chegada!
Elas não me espanta, na verdade me confortam. Sei que não sabem deste vermelho vergonhoso que lhes coram o semblante, mas para mim é mais do que perceptível!
O homem nada mais é do que vergonha seguida de vergonha!
É uma tarefa muito pesada para nossos ombros, carregar a herança que os tempos do homem nos oferecem!
Herdamos demasiadas vergonhas pelos processos da nossa “evolução”!
Fizemos coisas terríveis para chegarmos aqui e agora, que aqui estamos, nos envergonhamos de tudo que fizemos!
Vergonhas que não assumimos, não reconhecemos, mas que vivem no nosso intimo!
Quantos de nós não desejam sair correndo antes de serem reconhecidos?
Quantos não se lamentam de decisões que tomaram e/ou não tomaram?

Não existe nobreza no homem, o que ocupa o seu lugar é na verdade uma infinita tentativa de se justificar!
Muitos desejam serem castigados, punidos e renegados pelo que fazem!
Muitos não aceitam o que lhes fazem e mesmo quando é algo necessário que lhes oferecem, enchem-se de ira por saberem que precisaram de outrem para serem o que gostariam de ser!
A incapacidade de se alto-ser é o que faz do homem uma grande vergonha!

Vejo homens transbordando o desejo de vingança por terem sido beneficiados por um favor que de imediato agradeceram, mas que depois de ponderarem sobre os resultados, sentiram-se tomados pela frustração de terem uma divida a pagar!
No mesmo instante em que se apresentam como humildes e aceitam as ofertas dos bem feitores, tornam-se mesquinhos por pensarem que são vistos como não suficientes por aqueles que tentam lhes ajudar. Ao mesmo tempo, os que ajudam sentem-se superiores em um momento ou outro por terem o que oferecer e pela falsa iniciativa altruísta, oferecem seus favores para sentirem-se melhores, sendo que passado o leve prazer de ajudar, enchem-se de orgulho por serem mais do que quem recebeu seus favores!

Vejo o homem sendo injusto com aqueles que não lhe são importantes, enquanto aqueles que lhe causam algum descontentamento recebem apenas a antipaia que nada pode causar além de aparências!
Vejo homens esforçando-se para serem compreendidos por sua transparência sem compreenderem que se expor demais é perigoso, pois quando sabemos demais é difícil manter o silêncio!

Vejo-os me encarando ao chegar, como se soubessem o que se esconde dentro desse casulo que lhes apresento!
Encaram-me com um olhar curioso e destemido, pois ao mesmo tempo que não me conhecem, não são temerosos ao que pensam ver!
A simplicidade causa sim a curiosidade, mas o medo quem causa é o mistério!
Não existe mistério em mim. Sou o que aparento ser, um homem simples chegando!
No entanto, sei que se aqui permanecer tempo suficiente para que me conheçam, tornarei um mistério para estes olhares curiosos e talvez sintam medo!
Eu sei que ao descobrirem que eu conheço a vergonha que escondem no travesseiro antes de dormir, verão em mim alguém capaz de julgá-los, e não será isso que lhes causará medo, pois o orgulho lhes impede deste tipo de medo, afinal quem sou eu para julgar um semelhante?
O medo virá quando eu não julgar!
E eu não irei!