Um dia eu dei um passo que não
passava mais.
Caminhando neste espaço que no
meu encalço jaz.
Vi no meu compasso o que
deixei pra trás.
E no meu tempo que pouco tempo
faz.
Parei!
Parei na contramão do meu
caminho
Jornada prometida do Eu
sozinho
Buscando sem saber onde me
estacionar
Tornei-me andarilho do meu
profundo caminhar!
Longo foi o tempo em que a
estática pertenci
Paralisado por longa data sem
saber
Dos muitos passos que neste
espaço eu já perdi
Mesmo sabendo que o caminhar é
o meu poder!
Tantos pensamentos contidos eu
guardei
Tantas fantasias que comigo
desenhei!
Parado no meu passo
No meu espaço
Despertei!
O solo rachado sob meus pés
É o silencio do meu passeio
vagaroso
E na chegada do meu passo de
viés
Chega também meu choro
doloroso!
De andarilho faço-me
tempestade
Fico parado pois sei que não é
tarde
E permito minha sombra à
sombra da maldade
Chover-me então, puramente com
bondade!
Eu, caminhante de mim mesmo,
mantenho-me aqui até que nas gotas do meu chover, eu inunde as feridas destes
solo ouvidos que se secaram por meu calar!
Eis o fim da minha
apresentação!
Que venham então todas as
minhas inspirações de outrora e que no instante agora eu seja enfim um
despertar dentro de mim e de mim pra fora!
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