12/01/2013

O som do Silêncio!



Bem eu fiz em aguardar.
Melhor fiz em seguir os caminhos do mundo no mundo.
Grato sou pelo convite do informe daquele rico viajante de outrora!

Nestes caminhos que sigo agora, sopram-me nos ouvidos os ventos da solidão.
Há quem pense que sofre o solitário, mas sofre mesmo quem não sabe ser sozinho!
Muitos se perdem nos enfeites da vida moderna. Perdem sua concentração no viver e vivem por atrativos “luminosos” enquanto se perdem na escuridão que os aprisiona.
É verdade que tenho o interesse de me envolver com o povo, mas não renego a solidão que sempre me foi companheira e que sempre me permitiu apenas ser!

São nossos únicos momentos verdadeiros os momentos de sermos sozinhos.
Não nos importamos com os olhares, não nos empenhamos nos personagens e fazemos tudo aquilo que sentimos!
É na solidão que nos enxergamos!

Pessoas muito ocupadas com outras pessoas, aproveitam pouco esses momentos de nudez.
Os solitários por outro lado, sabem-se tão profundamente que não desejam mais o contato obsessivo com os muitos envolvidos com mais!
Os solitários possuem uma capacidade que os difere enormemente dos não sozinhos. Os solitários são capazes de aproveitar uma introspecção que os permite conhecer cada parte do que são!
Conhecer a si mesmo é um precioso bem quando são também conhecidos os caminhos para voltar-se para o mundo e do mundo para si!

Somente conhecendo-nos com profundidade, podemos nos livrar de toda a “loucura” que nos persegue pela historia do pensamento e comportamento humano.
Sempre desejamos conhecer o mundo e os outros, mas sempre com uma superficialidade que não nos acrescenta muitas coisas.
Na verdade, este tipo de conhecimento serve apenas para suprir nosso natural desejo de compreender o que somos capazes de assistir, como se fossemos o resultado de tudo que nossos olhos podem ver. Mas não basta conhecer e saber, é preciso sentir!
Somos frequentemente enganados por nossos sentidos e só descobrimos o quão pouco sabemos de nós, quando apenas temos a nós mesmos para sentir!

Sei que se houvesse agora alguma companhia ao meu lado, estaríamos nos distraindo como só os acompanhados sabem distrair.
Sei que estas distrações por mais agradáveis que possam ser, me impediriam de ouvir e sentir o que ouço e sinto agora.
O canto da solidão... O silêncio!

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