Bem eu fiz em aguardar.
Melhor fiz em seguir os
caminhos do mundo no mundo.
Grato sou pelo convite do
informe daquele rico viajante de outrora!
Nestes caminhos que sigo
agora, sopram-me nos ouvidos os ventos da solidão.
Há quem pense que sofre o solitário,
mas sofre mesmo quem não sabe ser sozinho!
Muitos se perdem nos enfeites
da vida moderna. Perdem sua concentração no viver e vivem por atrativos “luminosos”
enquanto se perdem na escuridão que os aprisiona.
É verdade que tenho o
interesse de me envolver com o povo, mas não renego a solidão que sempre me foi
companheira e que sempre me permitiu apenas ser!
São nossos únicos momentos
verdadeiros os momentos de sermos sozinhos.
Não nos importamos com os
olhares, não nos empenhamos nos personagens e fazemos tudo aquilo que sentimos!
É na solidão que nos
enxergamos!
Pessoas muito ocupadas com
outras pessoas, aproveitam pouco esses momentos de nudez.
Os solitários por outro lado,
sabem-se tão profundamente que não desejam mais o contato obsessivo com os
muitos envolvidos com mais!
Os solitários possuem uma
capacidade que os difere enormemente dos não sozinhos. Os solitários são capazes
de aproveitar uma introspecção que os permite conhecer cada parte do que são!
Conhecer a si mesmo é um
precioso bem quando são também conhecidos os caminhos para voltar-se para o
mundo e do mundo para si!
Somente conhecendo-nos com
profundidade, podemos nos livrar de toda a “loucura” que nos persegue pela
historia do pensamento e comportamento humano.
Sempre desejamos conhecer o
mundo e os outros, mas sempre com uma superficialidade que não nos acrescenta
muitas coisas.
Na verdade, este tipo de
conhecimento serve apenas para suprir nosso natural desejo de compreender o que
somos capazes de assistir, como se fossemos o resultado de tudo que nossos
olhos podem ver. Mas não basta conhecer e saber, é preciso sentir!
Somos frequentemente enganados
por nossos sentidos e só descobrimos o quão pouco sabemos de nós, quando apenas
temos a nós mesmos para sentir!
Sei que se houvesse agora
alguma companhia ao meu lado, estaríamos nos distraindo como só os acompanhados
sabem distrair.
Sei que estas distrações por
mais agradáveis que possam ser, me impediriam de ouvir e sentir o que ouço e
sinto agora.
O canto da solidão... O
silêncio!
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