05/01/2013

Da Vida para a Morte!



Um dia vi a morte de mãos dadas com a vida.
Juntas elas caminhavam pelos vales junto ao meu recanto e uma ao ouvido da outra, confidenciavam-se e riam-se simultaneamente!
Admirado com a visão das duas extremidades da linha do nosso viver, pensei que nosso apego pela vida e o medo da morte são “fatores” que se equilibram na equação que somos!
Logo que a vida nos estende a mão e nos permite caminhar pelos dias do viver, fazemos de nossa própria vida uma promessa que apenas alguns conseguem cumprir antes que a antagônica morte venha nos acariciar com seus dedos frios!
Assistindo aquelas duas potencias caminhando, pensei nos muitos passos destes caminhos pessoais e plurais que caminhamos!
Pensei na minha equação, nas inúmeras vezes que me somei as coisas e pessoas, nos momentos em que tive de me diminuir ou diminuir a outros, nos milagres da minha multiplicação que ao mesmo tempo foram divisões do meu Eu!
Pensei em quantos parênteses criei para proteger alguns valores e nas muitas raízes que racionei para lapidar meus tesouros!
Lembrei-me das situações que me fizeram "menos um", implorando para que a tristeza e/ou o desgosto se extirpassem de mim como um negativo sendo subornado!
Vislumbrei minha equação na calculadora do matemático tempo e me curvei diante das inúmeras vezes em que o meu resultado quase fora encontrado e finalizado!

Fazemos da nossa vida uma promessa, contribuímos com os fatores e conhecemos o produto final. Vez ou outra agradecemos pelo tempo que temos para cumprir tal promessa e jamais desejamos finalmente prestar contas com nosso algoz, a morte!
A morte é a única certeza da vida e para morre basta que esteja vivo!
Não existe um tempo certo, muito menos um tempo errado, o que existe são consequências!
Alguns começam a viver tarde demais, outros, com mais sorte, vivem desde que nascem!
Alguns desejam a morte durante a vida, mas assim que sente sua chegada se desesperam pedindo mais tempo para que possam dar valor a sua existência, para que possam cumprir melhor a promessa do viver!

Mas a vida não morre, quem morre é o ser!
Vi a morte e a vida lado a lado e vejo-nos tentando separá-las todos os dias!
E sinto que assim como de nada vale a morte sem a vida, de nada serve a vida se não morrermos!
Contemplando aquele passeio, conclui que não é o nosso medo da morte que nos faz adorar a vida, mas sim o nosso apego a vida que nos faz temer a morte!

O temos é uma promessa, o que somos é uma equação!
Pois então que façamos tudo para cumprir com louvor tal promessa e que sejamos capazes de finalizar nossa equação com zero, pois pleno é aquele que vai sem dever nada e nem deixar nada!


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