Um dia vi a morte de mãos
dadas com a vida.
Juntas elas caminhavam pelos
vales junto ao meu recanto e uma ao ouvido da outra, confidenciavam-se e
riam-se simultaneamente!
Admirado com a visão das duas
extremidades da linha do nosso viver, pensei que nosso apego pela vida e o medo
da morte são “fatores” que se equilibram na equação que somos!
Logo que a vida nos estende a
mão e nos permite caminhar pelos dias do viver, fazemos de nossa própria vida
uma promessa que apenas alguns conseguem cumprir antes que a antagônica morte
venha nos acariciar com seus dedos frios!
Assistindo aquelas duas
potencias caminhando, pensei nos muitos passos destes caminhos pessoais e
plurais que caminhamos!
Pensei na minha equação, nas inúmeras
vezes que me somei as coisas e pessoas, nos momentos em que tive de me diminuir
ou diminuir a outros, nos milagres da minha multiplicação que ao mesmo tempo
foram divisões do meu Eu!
Pensei em quantos parênteses criei
para proteger alguns valores e nas muitas raízes que racionei para lapidar meus
tesouros!
Lembrei-me das situações que
me fizeram "menos um", implorando para que a tristeza e/ou o desgosto se extirpassem de
mim como um negativo sendo subornado!
Vislumbrei minha equação na
calculadora do matemático tempo e me curvei diante das inúmeras vezes em que o
meu resultado quase fora encontrado e finalizado!
Fazemos da nossa vida uma
promessa, contribuímos com os fatores e conhecemos o produto final. Vez ou
outra agradecemos pelo tempo que temos para cumprir tal promessa e jamais
desejamos finalmente prestar contas com nosso algoz, a morte!
A morte é a única certeza da
vida e para morre basta que esteja vivo!
Não existe um tempo certo,
muito menos um tempo errado, o que existe são consequências!
Alguns começam a viver tarde
demais, outros, com mais sorte, vivem desde que nascem!
Alguns desejam a morte durante
a vida, mas assim que sente sua chegada se desesperam pedindo mais tempo para
que possam dar valor a sua existência, para que possam cumprir melhor a
promessa do viver!
Mas a vida não morre, quem
morre é o ser!
Vi a morte e a vida lado a
lado e vejo-nos tentando separá-las todos os dias!
E sinto que assim como de nada
vale a morte sem a vida, de nada serve a vida se não morrermos!
Contemplando aquele passeio,
conclui que não é o nosso medo da morte que nos faz adorar a vida, mas sim o
nosso apego a vida que nos faz temer a morte!
O temos é uma promessa, o que
somos é uma equação!
Pois então que façamos tudo
para cumprir com louvor tal promessa e que sejamos capazes de finalizar nossa
equação com zero, pois pleno é aquele que vai sem dever nada e nem deixar nada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário